terça-feira, 17 de novembro de 2009

Desobjeto de mim


Dentro de mim, desacompanhado, avulso, em momentos um pouco raros me defronto com tudo o que foi massacrado por pudores. Fico cara a cara, sem medo, sem vergonha - ninguém está olhando agora. Os descubro, vasculho o corpo e a mente de cada um. Toco seus tecidos, suas cascas híbridas, eles são palpáveis. A presença dessas figuras não me incomoda, somos muito semelhantes, até me permito interagir. Eles produzem um assovio que me penetra inebriante e silencia os sons do universo, daí eu escuto apenas o que quero: a voz dos meus pecados.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

É gente

"É tudo gente mais preta que tú",
diria a ignorância.
Já disse muitas vezes
E ainda diz.
É sim, gente mais valente,
se não mais digna.
É melanina,
Não alma.
Alma é diferente.
Caresse zombar não.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Jaz o pudor

O sacrifício da carne. O fogo do prazer. O prazer da carne.
A Saliva de dragão de comodo. A força do corpo. Ódio.
O peso da traição, a mim, ao outro e ao outro e ao fulano.
O sacrifício da carne e da sã consciência.
Jaz  o pudor.