terça-feira, 17 de novembro de 2009

Desobjeto de mim


Dentro de mim, desacompanhado, avulso, em momentos um pouco raros me defronto com tudo o que foi massacrado por pudores. Fico cara a cara, sem medo, sem vergonha - ninguém está olhando agora. Os descubro, vasculho o corpo e a mente de cada um. Toco seus tecidos, suas cascas híbridas, eles são palpáveis. A presença dessas figuras não me incomoda, somos muito semelhantes, até me permito interagir. Eles produzem um assovio que me penetra inebriante e silencia os sons do universo, daí eu escuto apenas o que quero: a voz dos meus pecados.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da maneira como escreve; profundo, poético, meio Cazuza.
Parei aqui no teu blog por acaso, link através de link de amigos em comum...
Parabéns!

Natália disse...
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